sábado, 1 de setembro de 2007

A Internet assassina a Saudade!

Como apaixonado por tecnologia, muitas vezes não percebo como ela muda as nossas vidas.

Apenas quando outras pessoas nos alertam.

Nesses dias, me encontro viajando com minha esposa para fora de nosso país e comecei a escrever diariamente um Diário de Viagem que mando para alguns parentes e amigos. Coisa de dez linhas com duas ou três fotos.

Conversando com minha esposa e comentando que algumas pessoas falaram ser desnecessário receber este diário, ela fez um comentário que me chamou a atenção: assim não vai dar para ninguém sentir saudades de nós!

Raramente concordo com ela, mas tenho que dar o braço a torcer desta vez:
A facilidade que temos para enviar e receber mensagens eletrônicas, anexar fotos e vídeos, iniciar conversas telefônicas via internet e ainda o celular para completar, fazem como que nunca tivéssemos saído das vidas de nossos entes queridos.

A Saudade, que já não existia em muitas línguas, passa a se tornar um sentimento em extinção em mais essa língua universal dos tempos modernos: a WWW.

Certamente que o contato físico é fundamental, principalmente para nossa filha de dois anos e meio que, num ato de clara revolta contra nossa ausência prolongada, não quer falar conosco no telefone, mas para pessoas um pouco mais velhas como nosso filho de quatro anos e meio, o simples falar por 15 segundos no telefone já é suficiente:

Eu, na ânsia de falar com ele e ouço depois de cinco palavras:
-Pai, deixa eu falar com a mamãe.
-Filho, você não quer falar com o papai?
-Mas eu já falei pai...

É o fim!!!

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